PAF!!! Nada escapa da sua fúria: mosquitos, insetos, cachorros, gatos, mãe. Tudo que fica entre Valdison e seu jornal matinal merece ser totalmente dizimado.
Já fazia cinco semanas que ele procurava emprego no jornal local, pois ele era de uma familia pobre e queria juntar dinheiro para comprar seu precioso computador. Já pensara em roubar um, mas quando foi invadir uma casa abandonada para roubar um antigo nerd, alguém já havia roubado.
Nas últimas semanas, Valdison já estivera trabalhando em 17 lugares, e não durou mais do que um dia em nenhum (foi despedido da padaria do bairro por dar o troco a mais a um cliente, do salão de beleza a oferecer uma boa promoção a uma mulher, e assim por diante). No geral, Valdison era um rapaz paciente e espirituoso, sempre ia à igreja de sua cidade; na última semana houve uma missa em homenagem a uma mulher chamada Teresa que se matou após perder o filho num sequestro misterioso.
Após ler seu jornal, Valdison foi se arrumar. Ia se apresentar no açougue do bairro que estava precisando desesperadamente de um novo empregado, era sua chance. Sem perder mais tempo ele atravessou a cidade de bicicleta até o açougue e, chegando lá, foi imediatamente admitido.
Seu chefe era um homem gordo e careca, viva suado e sempre estava fumando charuto e gritando com alguém. Sua rotina era essa: ele fumava, gritava com alguém, e fumava mais um pouco. Ele já estava no seu terceiro casamento, prestes a se divorciar e somar seus dois filhos com os outros sete dos outros casamentos.
Ele era dono de uma rede de açougues e ganhava bastante bem, embora seu stress constante já o havia feito ter dois infartes só esse ano. Contudo não precisou gritar com Valdison, já que o fizera trabalhar 18 horas por dia, sem intervalos e nenhum outro direito, com a promessa de que no fim do mês o computador seria totalmente por conta dele, o senhor Chefe.
E durante um mês inteiro Valdison trabalhou. Cortou carne até sua mão estar cheia de bolhas e vermelhidão, tinha olheiras profundas em seu rosto e sua barba já havia crescido. Durante esse mês ele emagreceu 10 quilos, e como já era magro, vivia desmaiando, mas acordava rápido antes que seu chefe o visse. Conforme fora combinado, Chefe enviaria uma carta para a casa de Valdison com o dinheiro necessário para a compra de um computador de último tipo, com direito a tudo que se pudesse imaginar.
No último dia de trabalho, Valdison rastejou até sua casa ansioso para finalmente ter seu computador, lá estava, na mesa da cozinha, em cima do jornal: um grosso envelope com aspecto oficial, junto a um pequeno bilhete.
Estava escrito: “Fique contente, Valdison, ainda há chances por aí”
Desesperado, ele abriu o envelope e sacudiu seu conteúdo no chão: milhares de papéis cairam, e em todos estava escrito a mesma coisa:
Mal conseguindo controlar sua ira, Valdison foi até o açougue à noite, onde Chefe gritava com sua ex-mulher sobre o pagamento da escola dos filhos; Valdison mal ouviu, pegou a faca que cortava carnes, e ignorando a dor imensa na mão e os gritos do chefe, Valdison o cortou em pedacinhos: primeiro, cada um dos dedos, fazendo jorrar sangue pelo cômodo inteiro, depois os braços, seu chefe gritava desesperadamente, mas Valdison estava cego pela sua ira, e depois de cortar a cabeça de seu chefe, partiu para cima de sua ex-mulher, que não poderia viver depois de presenciar tal ato. Ela, que tinha se escondido atrás do balcão. Valdison, empunhando sua faca, degolou a mulher em um só golpe, e depois, contemplando sua obra, saiu andando pela rua, coberto de sangue, matando todos que atravessavam seu caminho…
A partir daquele momento ele já não era mais Valdison, ele tinha se tornado Lord Valdimort, e que, após matar aproximadamente dez pessoas, foi morto por ter acidentalmente cortado um fio elétrico quando atirou a faca num passante e o fio bateu violentamente na sua cabeça.
Depois desse dia, nunca mais ouviu-se falar em Lord Valdimort nem em sua busca pela Faca das Facas, mas dizem que se você for comprar carne um dia, ainda se pode ouvir os gritos de terror do inocente Valdison a ser Rick Rollado.
João, você tem problemas. *constatando o óbvio*
nossa, que honra a ver por aqui no reino dos plebeus
Sim ele tem problemas, um garoto especial